[Nota: Uma ilustração pode nos ajudar a compreender a condição dos judeus quando tiverem retornado à terra de Israel. Imagine uma criança que, por desobediência, seja disciplinada por seu pai e mandada sair da sala (onde a família está) para ficar de castigo no quarto. Ela irá ficar de castigo durante algum tempo, e depois lhe será permitido retornar. Mas, para a tristeza dos pais, ela volta sem reconhecer que errou e nem se arrepender do seu erro. Como se nada tivesse acontecido, ela volta a se divertir com seus brinquedos, querendo participar do relacionamento com a família, como costumava fazer.
Os judeus são como essa criança. Por terem rejeitado e crucificado a Cristo, Deus temporariamente os colocou de lado como nação durante a atual dispensação (Rm 11). Atualmente Deus está levando o evangelho da Sua graça aos gentios para tirar de seu meio um povo para o Seu Nome (At 15:14). Em seu modo governamental de agir Deus os dispersou entre as nações da terra para privá-los (ao menos até recentemente) de desfrutar da terra prometida.
Quando os judeus retornarem em massa à sua terra no início da tribulação, eles tentarão continuar com seus sacrifícios e ofertas como faziam antigamente, como se nada tivesse mudado. A questão de sua culpa de sangue por terem crucificado a Cristo não será reconhecida e nem se arrependerão disso. Por causa da controvérsia com o Seu povo terreno por causa de sua culpa na morte de Seu Filho, Deus usará as dores da tribulação e a ascensão do Anticristo para tocar profundamente o coração do remanescente. E quando Cristo voltar no final, eles os judeus desse remanescente em si. Verão Jesus, a quem crucificaram, de forma visível como seu Messias e chorarão de arrependimento, sendo restaurados a Ele (Zc 12:10-14; Sl 51:14).
Durante o processo da tribulação, até que o remanescente seja levado ao arrependimento, eles não reconhecerão a Cristo como Salvador, e nem entenderão Sua obra consumada na cruz. Porém terão fé em Jeová e viverão em conformidade com a medida de luz que receberem.]
Um poder naval (provavelmente o Império Romano recém-revivido) auxiliará os judeus em seu propósito de voltar à terra de Israel. Essa potência marítima irá causar um retorno nacional dos judeus (das duas tribos). Entre 12 e 13 milhões de judeus retornarão vindos de todas as partes do mundo, por razões políticas, religiosas, comerciais e culturais. De 3 a 4 milhões de judeus já retornaram à sua terra, mas naquele dia o restante dos judeus (um adicional de 12 a 13 milhões) irá retornar (Is 18; Sl 73:10).
A grande multidão de judeus voltará em incredulidade, sem uma fé real em Deus. Serão apóstatas, havendo abandonado o conhecimento de Deus e as Escrituras (Sl 73:8-12; 1:4-6; Is 17:10).
Dentre a multidão de judeus que voltarem, haverá um notório remanescente temente a Deus e separado dos apóstatas por ter fé genuína em Deus. Os desse remanescente temerão a Deus e tremerão da Sua Palavra (Sl 1:1-3; Is 17:6,7; 66:2; Ml 3:16-18).
A esperança do remanescente judeu fiel será a vinda do há muito esperado Messias para estabelecer o Reino em conformidade com as Escrituras do Antigo Testamento (Sl 2).
Alguns dentre o remanescente fiel, chamados de "maschilim" ("os sábios ou instruídos" -- cf. anotação em Dn 11:33 na Bíblia traduzida por J. N. Darby) irão instruir os demais nos caminhos do Senhor. Em consequência disso surgirá um testemunho para Deus em torno de Jerusalém (Dn 12:1-3,10).
O "evangelho do Reino" será pregado. Este evangelho anuncia a vinda do Rei e Messias de Israel para estabelecer o reino prometido nas Escrituras do Antigo Testamento. Serão principalmente os judeus que pregarão esse evangelho no início, porém mais tarde os gentios também o anunciarão. Por ocasião do final da tribulação, este evangelho do Reino terá sido pregado em todo o mundo. Aqueles que não rejeitaram conscientemente o evangelho da graça de Deus, pregado durante era cristã, terão uma oportunidade de crer neste evangelho do Reino. Uma grande multidão de judeus e gentios crerá neste evangelho e será abençoada sobre a terra quando Cristo vier estabelecer o Seu Reino (Mt 24:14; Sl 96; Ap 7).
Traduzido de "Outline of Prophetic Events", por Bruce Anstey publicado por Christian Truth Publishing. Traduzido por Mario Persona.